quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dia nono

Corri como o vento pelos lugares a que o tempo me levou. Visitei sem parar os sítios que a noite me mostrou, banhado pelas estrelas, o rio, o luar que entre nós se partilhou. Corri e queria ter parado, sorri e queria ter chorado, cantado, triste, amargurado, o fado da tua ausência. Mas tu serás um dos meus amanhãs, e morrerei então para o tempo. Também tu, noite quente de Julho, até uma manhã de Setembro, correrás e os lugares não te farão demorar. Correrás para o dia que te abraça quando os relógios não sabem o que dizer. Serás cega e eu, dia morto pelo teu viver, verei em ti. Hoje corri. E senti o tempo atrás de mim.

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