terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dia décimo quinto

Os dias podem trazer-nos dor. Podem ser longos, cedo, tarde, no torpor. Podem trazer-nos o vazio dos tempos. Mas a mim, que sou dia todos os dias, resta-me a noite e a lua, essa matéria escura só tua, esse amor confesso pela tua voz de som de rio. A mim, que sou dia todos os dias, por vezes assalta-me a esperança, a firme certeza de que serás a minha noite de todos os dias, mesmo quando os teus dias não são meus, e as minhas noites não são tuas. A mim, que sou dia todos os dias, chega-me saber que mesmo à luz do dia, no calor da manhã, serás a noite em que os meus dias acabam.

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