quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Dia segundo
Sempre te vi para lá da tempestade, do olho do furacão. Soube sempre do teu fio de Ariadne, mas não quero abrir mão. Soube sempre que serias como te queria ser. Soube sempre que saberias ser todo o meu querer. Restava-me que o vento do tempo não soprasse contra mim. Que os rios parassem, que os pássaros se calassem, que os carros passassem sem se fazer ouvir. Que a voz do último dia fosse tudo o que me fala, esperando-me, sorrindo-me, permitindo-me encontrá-la. Que o rasto do meu passado, que o ontem de mim não passasse, bem pensado, de alguém que fui e já não sou. E o meu amanhã será melhor, porque a voz me falou no coração. Mesmo perdido no olho do furacão.
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